Fazer careta não serve para que atende ao cliente hospitalar

A face humana é organizada sobre ossos e músculos, conjunto este estruturado para permitir funções específicas e complexas. Dar vida a um rosto significa a habilidade de contrair e relaxar conjuntos de músculos específicos, acompanhando o sentimento de rir, de chorar, de participar ou de ter indiferença. No caixão funerário, o cadáver não tem expressão pois lhe falta esse dinamismo facial.
As pessoas que aplicam, excessivamente, botox no rosto também perdem parte de suas expressões pois elas são compostas por micro-sulcos, rugas e pregas da pele. Com expressão de Curinga, personagem rival de Batman, o rosto não combina com as expressões emocionais, ficando "plastificado".
No atendimento ao cliente, a falta de expressão, ou pior, a expressão de desinteresse, de pouco caso, de indiferença ou de preconceito é imperdoável.
O cliente quer se sentir recebido, respeitado e, especialmente, atendido adequadamente. Ao se deparar com uma expressão de oposição ao que ele espera, o cliente vai embora e, pior, não volta e ainda fala mal.
O treino da boa fisionomia tem que ser constante. O profissional de atendimento tem que se observar constantemente no espelho para conscientizar-se de suas expressões faciais, de sua postura. Deve perguntar aos seus amigos ou parentes se franze muito a testa, se movimenta estranhamente os olhos,nariz, boca. Olhar-se no espelho para melhorar a aparência significa adequar suas expressões faciais para lidar diretamente com o público.
Em treinamentos, notamos profissionais da saúde, por exemplo, que fazem caretas com certa freqüência. Esses são escolhidos, na dinâmica, para contracenarem com outros colegas e logo recebem o feedback de que, durante o jogo, pareciam estar criticando ou gozando daqueles que faziam papel de clientes.
O treino da boa fisionomia é necessário porque as verdadeiras feições tendem a se formar espontaneamente. No entanto, se a pessoa tem cacoetes ou tiques nervosos, precisará de acompanhamento profissional para resolver essa questão. Suponha que lhe faltam dentes, que tenha problemas de hálito: normalmente cubrirá a boca com as mãos. Se assusta-se ou impressiona-se com facilidade, franze mais a testa, fica com a boca aberta, arregala os olhos. Caso não goste do que faz ou está cansada, boceja facilmente, suspira levantando os ombros, faz sinal de "pouco caso" - esses são os piores sinais. Há pessoas, também, que juram estarem sorrindo. No entanto, a musculatura ao redor da boca está flácida e o sorriso interno não aparece no rosto. è preciso um pouco mais de esforço para ele aparecer - são pessoas que possuem o chamado " bigode chinês".
Para que as pessoas treinem mais a expressão facil e corporal daquilo que estão sentindo , elas precisam conviver mais com outras pessoas. É no relacionamento diário com diversos grupos de pessoas que o profissional do atendimento ao cliente "refina" suas expressões, sua maneira de agir com o outro - é um círculo virtuoso, porque os outros também aprendem a se expressar com ele.
Uma atendente de saúde que trabalha diretamente com o cliente hospitalar deve, mais do que outros atendentes, moderar suas expressões faciais e trejeitos, evitando que a pessoa fragilizada(portanto mais suscetível às variações de comportamento) seja incomodada ou desrespeitada.

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