quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Morte de menina por vaselina na veia pode mudar procedimentos de hospital

Fonte: Jornal Nacional - Rede Globo Edição do dia 07/12/2010 A Santa Casa de São Paulo deve usar rótulos ou até vidros diferentes para que o erro fatal não volte a ocorrer. O Conselho Regional de Enfermagem revelou que o número de erros de enfermeiros está aumentando Em São Paulo, a morte da menina Stefanie Teixeira, depois de receber injeção de vaselina líquida em vez de soro, deve levar a uma mudança de procedimentos no hospital onde houve o erro. Difícil aceitar que o quarto vazio, que os brinquedos abandonados, que a morte da filha seja resultado de um erro grosseiro, de uma falta de atenção. "Tudo que a gente pega, a gente tem que ler. Se elas estão numa sala, têm que prestar atenção no que estão fazendo, não mexendo, olhando pra outra e conversando", disse Rosiani Mércia Teixeira, mãe de Stephanie. Stephanie tinha 12 anos. Ela morreu depois que uma auxiliar de enfermagem injetou na veia dela, por engano, vaselina líquida em vez de soro. O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo revela que o número de erros de profissionais de enfermagem está aumentando. De 2000 a 2009, foram registradas 934 denúncias no estado. Só nos últimos 12 meses, foram 356. Uma das razões apontadas é a má formação dos profissionais. “Existem situações de enfermeiros recém-formados ou até instituições que contratam ilegalmente alunos, ou seja, pessoas que nem se formaram, pra ensinar aqueles que estão em formação”, declarou Andréa Porto da Cruz, conselheira do Coren-SP. A polícia já começou a ouvir a equipe que atendeu Stephanie no Hospital São Luiz Gonzaga. Nesta terça, o superintendente da Santa Casa de São Paulo, que administra o hospital, deu explicações importantes para esclarecer o caso. Por telefone, informou que a Santa Casa tem uma farmácia capacitada e autorizada a manipular tanto o soro quanto a vaselina líquida. O soro que deveria ter sido dado à menina é sempre colocado em vidros. Já a vaselina só é preparada quando existe necessidade, para tratamento de queimados, por exemplo. Ela também é colocada em embalagem de vidro porque precisa ser esterilizada. O superintendente da Santa Casa explicou também que havia vaselina líquida na ala infantil naquele dia porque uma criança com queimaduras também estava sendo tratada ali. Depois da morte de Stephanie, o hospital pretende usar rótulos ou mesmo vidros diferentes para que o erro fatal não volte a acontecer. A Secretaria Estadual de Saúde informou que não existe norma que determine a padronização das embalagens mesmo quando os medicamentos são parecidos, como o soro fisiológico e a vaselina líquida. Mas todas precisam estar devidamente rotuladas.